domingo, 24 de novembro de 2013

ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL MONSENHOR ARMANDO TEIXEIRA-1957




PERÍODO NACIONAL DESENVOLVIMENTISMO (1946-1964)
 


Esta Escola foi criada pelo decreto nº 7640 de 07/02/1957 e denominada primeiramente Grupo Escolar Monsenhor Armando Teixeira pelo decreto estadual nº 8773 de 20/02/1958. Recebeu este nome para homenagear Armando Teixeira, padre secular nascido em São Francisco de Paula. São Francisco de Paula, a cidade onde a Escola foi fundada, recebeu este nome porque Capitão Pedro da Silva Chaves, que doou as terras para a Igreja era devoto deste Santo.
Conforme Piletti e Piletti (1997) neste período permitiram certo desenvolvimento dos movimentos populares, apesar de ser uma democracia bastante limitada. No campo educacional o ensino técnico profissional conseguiu sua equivalência legal ao ensino secundário, a LDB de 1961 teve uma discussão de 13 anos no Congresso e não foi imposta pelo Executivo com as idéias de luta pelo acesso a escola pública e gratuita, alfabetização de adultos, destacando-se Paulo Freire.
Já em São Francisco de Paula, as atividades do Grupo Escolar Monsenhor Armando Teixeira, com vistas à educação, iniciaram em 18 de maio de 1957, com 93 alunos e um corpo docente de três professoras: a diretora Guacyra Andrade e as professoras Bernildes Fonseca e Carmen Regina Asmuz.
Neste período o prédio era de madeira estilo casa e só em 1971 ele sofreu uma reforma parcial para ampliação das salas. Já, em 1989 foi demolida parcialmente a Escola de madeira para iniciação da construção do prédio de alvenaria que é o atual. A formação de professores não se dava no município, mas as meninas ficavam em colégios internos para estudar, vindo em casa somente nos finais de semana. A cidade de Novo Hamburgo era o principal destino para formação de professores.
Em conversa informal com duas pessoas que estudaram neste período pode-se constatar as seguintes experiências como estudantes:
Zeli da Silva Santos: “Morávamos em uma propriedade rural e fui alfabetizada em casa pela minha mãe Alexandrina Lopes da Silva. Entrei na Escola em 1959 aos 11 anos já na 3ª série, através de uma prova, com a professora Ceni Gallio Reis. Essa professora morava na casa de um vizinho e era paga pelos pais dos alunos. A classe era multisseriada, funcionava à tarde e ficávamos das 13h às 17 h. Eu e minha irmã levávamos trinta minutos de nossa propriedade até a propriedade do vizinho e a sala de aula era no sótão do Galpão de manejo de animais. A professora usava o quadro negro onde passava as tarefas e usava a cartilha ‘O Pedrinho’”.
Leo Asmuz dos Santos: “Morávamos na cidade de São Francisco de Paula e, em 1951 aos 7 anos entrei no Grupo Escolar José de Alencar onde cursei do 1º ao 5º ano. Fui alfabetizado pela professora Dinorá Lucena. Fiz exame de admissão para a 1ª série Ginasial no Ginásio das Freiras (até o 4º ano). Estudei sempre perto da minha casa. Aos 16 anos fui morar em POA para fazer o Técnico em Administração onde fiquei por 6 meses. A média de alunos neste tempo era de 30 e as professoras passavam as linhas gerais da matéria e durante a semana iam aprofundando. Fazíamos exames escritos e orais. Estudei sempre no período da manhã das 7h45min às 12h.

Referencias
Acervo histórico da Biblioteca Liberato Salzano Vieira da Cunha- EEEFMonsenhor Armando Teixeira.
Relato oral de pessoas que foram estudantes neste período na zona rural e urbana de São Francisco de Paula.
Piletti, Claudino; Piletti, Nelson. História da Educação. 7ed. São Paulo: Ática, 1997, p 186-197.

Grupo: Andrea, Carmen, Eduardo e Paulo

12 comentários:

  1. Que interessante esta história. Muitas escolas não tinham sequer estrutura e, muitas vezes, os mais experientes da comunidade é que davam as aulas. Naquela época era bem difícil ter acesso a educação. Muitas crianças tinham que ajudar no sustento da casa.

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    1. Além disso, muitas pessoas moravam no interior tendo que se deslocar a pé, a cavalo e até de charrete para poder estudar! Percorriam longas distâncias até o colégio ou até a casa onde havia uma professora.

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    2. É verdade Paulo. Geralmente, as crianças percorriam longos trajetos sem que um adulto os acompanhasse. Nesse caminho as crianças mais velhas eram responsáveis pelo orientação dos mais novos.
      Na sala de aula multisseriada como a professora trabalhava como as turmas?

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    3. Não estudei nesta escola mas, sendo do interior estudei da primeira até a quinta série em uma casa, onde a professora tinha duas salas, uma funcionava como sala de aula e a outra era a biblioteca. |Éramos poucos alunos, todos eram vizinhos, claro que por se tratar de interior, as fazendas eram grandes e assim os vizinhos distantes. Fazíamos o trajeto até a escola a pé, quando estava chovendo tinha de ser à cavalo e mesmo assim ainda chegávamos muitas vezes molhados sem ter como voltar para casa pois não podíamos faltar a escola, só em caso de doença. As aulas eram dadas com conteúdos individuais para cada série, tudo com muito silêncio, para não atrapalhar a concentração do colega ao lado e na hora do recreio todos podiam fazer no mesmo horário.

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    4. Carmem
      Grupo: Andrea, Carmen, Eduardo e Paulo

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    5. Não estudei nesta escola mas, sendo do interior estudei da primeira até a quinta série em uma casa, onde a professora tinha duas salas, uma funcionava como sala de aula e a outra era a biblioteca. |Éramos poucos alunos, todos eram vizinhos, claro que por se tratar de interior, as fazendas eram grandes e assim os vizinhos distantes. Fazíamos o trajeto até a escola a pé, quando estava chovendo tinha de ser à cavalo e mesmo assim ainda chegávamos muitas vezes molhados sem ter como voltar para casa pois não podíamos faltar a escola, só em caso de doença. As aulas eram dadas com conteúdos individuais para cada série, a sala de aula era somente uma, e todos tinham de fazer muito silêncio, para não atrapalhar a concentração do colega ao lado e na hora do recreio todos podiam fazer no mesmo horário.

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    6. O que ocorre ainda hoje em escolas do interior.
      Temos exemplos aqui em que a escola não tem nem água encanada e os alunos usam o banheiro da casa ao lado. O lanche também é fornecido sempre por uma das mães, em forma de rodízio. Em outros casos as crianças ainda andam quilômetros até a escola a pé ou à cavalo. E os alunos tem vontade de estudar e valorizam o professor e a escola. o que às vezes em uma escola com toda a estrutura necessária, perto de casa, etc, o mesmo não ocorre.

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  2. O grupo tem alguma fotografia para representar a escola na época e nos dias de hoje?

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  3. Quais saberes docentes faziam parte da formação das professoras das normalistas?

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    1. A formação das Antigas Normalistas eram baseadas em transmissão linear dos conteúdos, metodologia tradicional de ensino baseada na memorização, como disciplinar a turma.

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  4. Acredito que neste tempo a preocupação era transmitir conteúdos e não a construção de conceitos pedagógicos.

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